É muito comum vermos os pacientes reclamando ao chegar ao consultório, dizendo que a dieta não está funcionando, pois não observaram nenhuma mudança na balança.
Mas sabemos que o peso (e também o IMC) não pode ser avaliado isoladamente durante o emagrecimento, sobretudo para aquelas pessoas que praticam atividade física. O peso reflete a massa total do corpo, sem diferenciar gordura, massa muscular e água corporal. Por isso, é importante deixar claro que perder peso é diferente de emagrecer. Quando uma pessoa perde peso, ela pode perder gordura, massa muscular ou água, o resultado final é a diminuição dos valores na balança. Já o emagrecimento verdadeiro é o que realmente nos interessa, pois é quando há redução de gordura corporal, acompanhada da manutenção ou até ganho de massa muscular, por isso, muitas vezes, a pessoa pode até aumentar o peso na balança.
Mas como conseguir convencer os pacientes de que ele está emagrecendo mesmo sem perder peso na balança?
Nesse caso, uma avaliação antropométrica completa é indispensável. É claro que o peso faz parte da avaliação, mas apostar em medidas de circunferências corporais e dobras cutâneas ajuda a provar para o paciente que, embora o peso não mude, o formato do corpo está mudando. Além disso, a partir da avaliação de dobras cutâneas, por exemplo, podemos avaliar a porcentagem da gordura, o que ajudará a provar o emagrecimento.
E por falar em porcentagem de gordura, o uso de aparelhos de bioimpedância facilita ainda mais essa avaliação. Assim, é possível acompanhar de perto a mudança de composição corporal, com a redução de gordura e aumento massa muscular, o que de fato reflete o emagrecimento.
É indispensável, no entanto, disponibilizar as medidas avaliadas consulta a consulta para o paciente e os gráficos ajudam visualizar melhor a evolução do emagrecimento. Nessa hora, aplicativos podem ajudar a disponibilizar esses dados, uma vez que também facilitam o compartilhamento das informações com outros profissionais.
O que de fato devemos promover é a consciência de que a perda de peso, vista isoladamente, pode não refletir um emagrecimento saudável e a utilização de antropometria completa ou o uso de aparelhos de bioimpedância podem auxiliar o planejamento alimentar focado em emagrecimento e aumentar a adesão do paciente.