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Afinal de contas, calorias importam?

Quando se trata de perda de peso através da contagem calórica, poucos pontos gerem tanto debate assim. Alguns dizem que entender o que entra e o que sai de energia é o ponto mais importante no que tange a perda de peso e alguns tratam como algo secundário, e até mesmo deixado de lado.

Mas o que precisamos entender sobre calorias?

A parte de fisiologia e resposta a perda de peso de qualquer livro científico da nutrição (Krause, Skills, Fisiologia do Exercício) vai chegar a um consenso óbvio: calorias importam. Em qualquer contexto: saúde, performance, ganho ou perda de peso. 

O conceito tradicional de Balanço energético Negativo e Balanço Energético Positivo nos diz que a alteração de reservas corporais relacionadas a gordura se mostra alterada a partir do momento que você consome mais ou menos energia que você gasta, se traduzindo em aumento ou ganho de peso. Comeu mais do que gastou: de alguma forma ganhou peso. Comeu menos do que gastou: de alguma forma perdeu peso.

Isso parece simples né? adivinhem: não é.

As calorias segundo a fisiologia

Este conceito, sim, no contexto fisiológico está extremamente certo e não há como contornarmos isso. Vocês poderão ver em outros países o conceito de CICO (Calories In Calories Out) fazendo uma referência ao mesmo processo. Isso fez alguns profissionais discutirem muito a respeito de que afinal: você precisa contar calorias para emagrecer? A resposta é não.

Por exemplo, você pode simplesmente diminuir o consumo de industrializados, você pode optar por menor gordura na dieta, menos carboidrato, trocar o açúcar por adoçante e perder peso, correto? Mas adivinha o porquê dessa perda de peso! Pois fazendo essas alterações você acabou de alguma forma diminuindo sua ingestão energética levando a uma perda de peso através do balanço negativo, ou seja: calorias. Eu preciso contar? Não necessariamente, depende da intervenção, se é atleta, obeso etc. Mas entenda que para perder peso você inevitavelmente irá passar pelo processo de diminuí-las. 

A fisiologia é a fisiologia e não há modo de contornar isso. Porém, a pratica nos leva a diversos questionamentos sobre a ideia de balanço energético como, por exemplo: mas eu estou comendo menos e não perco peso? Mas eu calculei a deficiência energética e meu paciente não perde peso?

Não esqueça que grande parte do trabalho prático do nutricionista é baseado em equações, estimativas, logo podem aparecer alguns equívocos. 

Além do mais, o seu gasto energético (medido em Calorias) sofre influência de diversos fatores que influenciam o quanto entra e o quanto sai de energia.

  • No que entra: apetite e hormônios que regulam; Calorias absorvidas; Distribuição de macronutrientes; nível de estresse; qualidade do sono e por aí vai.
  • No que sai ou que gastamos: Exercício físico; Genética; Sexo; Composição Corporal; Termogênese induzida pela dieta (distribuição de carboidratos, proteínas e lipídeos também tem certa valia aqui); Ocupação no Trabalho e Lazer.

Ou seja: calorias Importam? Sim, muito, são base num processo de perda de peso. Isso quer dizer que somente elas importam?  Não, dizer que a fisiologia ou que nutricionistas que falam sobre o conceito de gasto e ingestão falam isso, é equivocado.

Referências utilizadas:

MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício. Wolters Kluwer Health, 2015.

MAHAN, Escott-Stump. Krause Alimentos, Nutricao E Dietoterapia (13). Elsevier Mosby, 2015.

ROSS, Catharine A. et al. Nutrição Moderna de Shils na Saúde e na Doença. São Paulo, 2016.

Fabrício Degrandis

Crn 9410p

Formado em nutrição e educação física

Especialista na área de nutrição esportiva

Especialista na área De saúde no envelhecimento

Mestrando em nutrição

Instagram: @nutrifabriciodegrandis

*O texto é de inteira responsabilidade do(a) autor(a) e não reflete a opinião da empresa. O blog é aberto caso outro(a) profissional queira escrever um contraponto.

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