A exposição ao frio aumenta o gasto de energia. Em condições de termoneutralidade não há gasto extra de energia para a manutenção da temperatura; em compensação, quando as temperaturas externas caem, todo mundo sente o mesmo: aumento da fome. Sabe-se que a exposição ao frio leva a um aumento da ingestão alimentar em diversos animais (aves, leitões, ratos, morcegos e outros mamíferos), mas não em humanos. Além disso, a resposta ao frio é variável e nem todos os indivíduos podem apresentar um aumento no gasto energético durante a exposição ao frio. O que os estudos mostram é que, a curto prazo, a exposição ao frio aumenta o gasto energético, sem alterações na ingestão de alimentos. Mas, a longo prazo, o corpo precisa se adaptar – é nosso mecanismo de defesa nos protegendo e tentando garantir o estoque no tecido adiposo, nosso isolante térmico natural.
A hipótese apresentada por alguns estudos é que não é apenas a fome que aumenta no frio, mas também há maior aumento na atividade autonômica depois de comer, que parece reduzir a sensação de saciedade e pode estimular o apetite ainda mais. Essa relação pode explicar a vontade por alimentos mais calóricos, mais quentes e em maior quantidade no inverno. Com extrema capacidade de regulação do apetite, o calor contribui para o controle da ingestão alimentar. Nesse sentido, estudos têm apontando os exercícios de alta intensidade (como o HIIT) como estratégia ao controle da composição corporal não somente pela demanda energética e rotas metabólicas utilizadas mas também devido à enorme produção de calor durante e após sua prática, influenciando a sensação de fome(-) e de saciedade(+). Além dos exercícios intensos, alimentos quentes e com potencial de estímulo à produção endógena de calor – por exemplo: capsaicina (pimenta), gingerol (gengibre) – podem ajudar na manutenção da temperatura corporal no inverno (além de promover sensação de saciedade, evitando os excessos alimentares), período no qual a tendência é desejarmos alimentos mais calóricos (um mecanismo de defesa que pode levar-nos à autossabotagem).
Quanto ao exercício, procure um profissional da Educação Física e/ou do Esporte para orientá-lo individual e adequadamente. Quanto à alimentação equilibrada e harmoniosa, cá estamos nós, nutricionistas, para ajudá-los. Prescrições sempre serão individualizadas, mas compartilho aqui a receita de uma sopa para dispensar o cachecol e turbinar a imunidade: moranga, cebola, cenoura, alho, milho, gengibre, açafrão, páprica, pimenta vermelha e frango servida com linhaça triturada, noz moscada, sementes de abóbora e de girassol, tofu e um fio de leite de coco. Riquíssima em fibras, vitamina A, compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, aminoácidos e ácidos graxos essenciais, de baixa caloria porém com imenso potencial sobre a geração de calor endógena (termogênese induzida por alimentos) e, consequentemente, sobre a sensação de saciedade.
Nutricionista Giovana Baldissera
CRN3 46333 – São Paulo/SP
FB: Nutricionista Giovana Baldissera
IG: @nut.giovanabaldissera
http://www.giovanabaldissera.com.br
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