Sou formada há quase 10 anos! Na época, na minha cidade (interior do Rio Grande do Sul), as pessoas procuravam nutricionista apenas em caso de doenças e ainda havia toda a questão de dietas e medicamentos para emagrecer prescritos por clínicos gerais. Porém, com incentivo da família resolvi abrir um consultório e começar a vida na nutrição clínica. Sem dúvida, um tanto receosa e com aquela insegurança de qualquer recém- formado.
Optei por abrir o consultório junto a uma clínica de fisioterapia. Aproveitei assim, o ponto já instalado, a estrutura, o fluxo de pessoas e a experiência do colega com algumas dicas. Fiz meu cartão e passei de porta em porta, médicos, clínicas, amigos, família, enfim, tentei me apresentar pois em cidade pequena você é a “filha do fulano”, e eu queria que me conhecessem pelo meu nome e pela minha profissão. Redes sociais e o jornal local também ajudaram muito para que eu pudesse começar a chamar meus pacientes e ganhar espaço.
Nunca me deixei levar pelas dietas de moda para ganhar mais pacientes, sempre me coloquei a disposição e tentei ser o mais clara e sincera possível com todos eles. Acredito que isso tenha ajudado muito, pois passa maior credibilidade e segurança. Mas durante algum tempo me senti tão ansiosa com os resultados quanto os pacientes e via que aquilo tudo não estava nos levando a lugar algum. Desistências, marca e desmarca, e eu senti que precisava mudar.
Os pacientes vinham em busca do cardápio, e eu, na tal ansiedade, organizava isso tudo o mais rápido possível. Listas de substituições, receitas, dicas, e assim por diante, tentando sempre agradar e “solucionar” o problema. Mas então na busca por algo diferente, comecei a transmitir as ideias sobre alimentação saudável de forma mais tranquila, sem me preocupar tanto se preenchia toda a anamnese e assim já aproveitava a primeira consulta pra esclarecer algumas dúvidas iniciais. Comecei passar metas semanais, solicitar registros alimentares antes de entregar cardápios (e tem pacientes que nunca fiz cardápio até hoje, e nem por isso deixaram de ter resultados), sortear pequenas metas para a semana, dar meus próprios exemplos, contar sobre o ritmo da minha família, enfim, fui criando esse tipo de interação para humanizar o atendimento.
Com a internet tudo ficou mais fácil também, inclusive fotos das refeições, fotos de rótulos nutricionais e ingredientes de produtos industrializados, conversar com o paciente durante a semana e não apenas nos retornos, isso tudo realmente melhorou os resultados e tenho também, menores desistências no tratamento. E querendo ter um diferencial (pois agora já formaram outras nutris), surge a ideia do aplicativo durante uma conversa com um paciente. Inclusive ele mesmo procurou, por entender sobre isso tudo, e me indicou o Dietbox. Hoje em dia, disponibilizo ele com um plus no tratamento e uma forma de fidelizar mais todo nosso objetivo de ter uma alimentação saudável com consequente perda ou ganho de peso, hipertrofia e dietoterapia, que são as maiores demandas do consultório.
Hoje me sinto feliz, segura do meu trabalho e não trocaria a nutrição por nada. Precisamos de profissionais que lutem e façam nossa profissão ser respeitada e amada, dando a ela, a importância que ela merece. Levando saúde sempre em primeiro lugar.
Nut. Louise Tieppo (CRN2 9704D)
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