O método BLW é uma forma de introdução alimentar baseado na autonomia do bebê. Nele, a criança pega os alimentos cortados em pedacinhos com as mãos e come sozinha. Isso ajuda a melhorar sua coordenação motora, a conexão com a comida e também a incentivar esse momento de interação da família.
Mas, afinal, de onde vem essa ideia? Cunhado pela agente de saúde britânica Gill Rapley, o termo apareceu no livro Baby-led Weaning: Helping Your Baby to Love Good Food (em tradução do inglês, Desmame Guiado pelo Bebê: Ajudando seu Filho a Amar Boa Comida). A partir de então, o método vem ganhando adeptos pelo mundo.
O que é método BLW alimentação?
A sigla BLW se refere à expressão ‘’baby led-weaning’’, que traduzida significa ‘’desmame guiado pelo bebê’. O método foi idealizado pela enfermeira britânica Gill Rapley em 2008 e permite que o bebê conduza o processo de introdução alimentar.
O BLW é centrado na autonomia da criança e na capacidade inata de autoalimentação. Os alimentos são oferecidos em consistência e tamanho que permitam ao pequeno comer com as próprias mãos.
O método blw quase não oferece desvantagens. Num constante processo de experimentação, busca-se explorar diferentes texturas, cores, sabores e cheiros para aguçar todos os sentidos. Gradualmente e de forma instintiva, o bebê estabelece quando, quanto e em que ritmo comer.
Como fazer o método BLW?
Mas como iniciar o método BLW? O bebê precisa estar apto para iniciar o BLW. Para isso, é necessário atingir os seis meses, apresentar desenvolvimento e crescimento adequado, além de sinais de prontidão para o início da alimentação complementar.
Para que o método BLW possa ser aplicado, é necessário que a criança já seja capaz de ficar sentada no cadeirão, com as costas e a cabeça bem sustentadas. Assim, poderá tocar os alimentos, agarrá-los e levá-los à boca.
A proposta é que o bebê fique posicionado junto à mesa onde será feita a refeição em família.
Quando começar a introdução alimentar pelo método blw?
O início da introdução alimentar com o método blw é a partir dos 6 meses conforme orientação da Organização Mundial de Saúde. Juntamente ou não com a amamentação, no BLW, o bebê come, sem colher, as mesmas refeições da família – sendo evitada a oferta de papinhas, sucos ou purês, dando preferência aos alimentos cortados in natura.
Método blw: é perigoso?
Para poder fazer a introdução alimentar BLW, o bebê já deve conseguir sentar sozinho sem apoio, sustentar bem a começa e o pescoço, além de conseguir segurar bem os alimentos com as mãos, os levando até a boca. Isso é importante, bem como a supervisão pelos pais ou responsáveis, para a segurança do bebê. Tudo isso é imprescindível para evitar possíveis engasgos e também entender melhor os sinais de fome e saciedade do bebê.
Benefícios do BLW para o bebê
Como se sabe, a transição exclusivamente do aleitamento materno para a introdução é um caminho bastante natural. Afinal de contas, se a ingestão de sólidos precisa acompanhar as necessidades orgânicas e habilidades motoras da criança, ela está apta a ter controle desse processo.
Entre os principais benefícios do BLW para o bebê, podemos destacar:
- Estimular a coordenação motora: já que promove a agilidade e os movimentos do bebê ao olhar, pegar com as mãos e levar os alimentos até a boca;
- Melhorar a aceitação dos alimentos: interagindo diretamente com os alimentos, o bebê será mais participativo e se familiariza com bastante autonomia aos diferentes sabores e texturas dos ingredientes das suas refeições;
- Estimular a fala: pois os músculos da boca e do maxilar se desenvolvem melhor quando o bebê mastiga os alimentos.
- Ajudar a prevenir o sobrepeso e a obesidade: desde cedo, o bebê é incentivado a conhecer aos poucos quando está com fome e quando já está saciado, além de entrar em contato com diversos alimentos saudáveis.
Quais alimentos oferecer no BLW?
São aqueles também indicados pela OMS, na sua forma sólida. Entre aqueles que o bebê pode comer sozinho a partir dos 6 meses de vida:
- Vegetais cozidos: como cenoura, brócolis, tomate, abobrinha, abóbora, couve-flor, beterraba ou couve;
- Tubérculos cozidos: como inhame, batata, batata doce, mandioquinha, cará ou aipim;
- Cereais cozidos: como milho ou arroz;
- Proteínas: como, por exemplo, peito de frango em tiras, peixe sem espinhas ou ovo cozido cortado em pedaços;
- Frutas: como banana inteira, manga fatiada, pera em palitos, morango ou melão em tiras.
O preparo precisa ser o mais saudável possível sempre: alimentos grelhados, assados ou ensopados. Em relação aos temperos, usar os naturais, como salsa, cebolinha e cheiro verde. Alimentos mais duros, como a maçã, devem ser cozidos para evitar engasgos. Vale lembrar também de oferecer opção com tamanho igual ou maior que o tamanho do punho do bebê, para evitar engasgos.
Método BLW: cortes
Alguns exemplos de cortes usados no método BLW podem ser:
- Palitos longos e estreitos: como palitos de cenoura, pepino, pimentão ou batata doce.
- Pedaços pequenos e macios: como pedaços de banana, abacate, manga ou kiwi.
- Tiras largas e finas: como tiras de frango ou carne, ou tiras de legumes como abobrinha ou berinjela.
Alimentos que o bebê não deve comer
Todo alimento que não for sólido ou não dê pra segurar com a mão, com base no método BLW, deve ser evitado (como sopas, sucos e papinhas).
Além disso, é claro, itens industrializados também ficam de fora, como sorvetes, açúcar, salsicha, linguiça, salgadinhos, nuggets, biscoitos e qualquer tipo de fast food.
Outro ponto importante é que refeições com sal e ricas em gordura não devem ser oferecidas ao bebê. A alimentação na infância é importante para desenvolver um paladar saudável e evitar hábitos alimentares inadequados, que podem levar a doenças como obesidade, desnutrição e diabetes ainda na infância ou adolescência.
Quanto o bebê pode comer?
Como o nome indica, o método se baseia na aceitação do bebê. Mas existem algumas quantidades base que podem nortear a adoção do BLW na introdução alimentar:
- Bebê com 6 meses: a refeição deve conter em média de 2 a 3 colheres de sopa de todos os grupos, incluindo proteína, vegetais, cereais e leguminosas.
- Bebê a partir de 7 meses: 3 a 4 colheres de sopa no almoço e no jantar costumam ser suficientes.
Em relação ao consumo de frutas, deve ficar entre ½ porção nos lanches da manhã e da tarde. Se a criança ainda tiver apetite, a mesma quantidade pode ser oferecida após o almoço e jantar.
É importante ressaltar, porém, que nem sempre o bebê vai comer toda a refeição. Por isso, é bem importante que os cuidadores observem se a criança ainda está com fome ou não e, se necessário, intervir na alimentação.
Dicas para iniciar o método blw
Antes de mais nada, para começar o método BLW, o bebê precisa ter pelo menos seis meses, que é idade na qual a Sociedade Brasileira de Pediatria e a OMS recomendam a introdução da alimentação complementar. Antes disso, somente leite materno, certo? Vamos às dicas:
- É preciso que o bebê consiga se sentar sozinho, segurar com as mãos e levar os alimentos à boca.
- Os alimentos não podem estar muito cozidos ou moles, nem as frutas muito maduras, pois isso dificulta a pega do alimento.
- O bebê precisa estar sentado junto com a família durante as refeições – consumindo alimentos naturais, como frutas e verduras.
- É essencial deixar o bebê à vontade, interagindo, experimentando e comendo no seu próprio tempo.
- Lembre-se de que o processo envolve sim, sujeira. É preciso ter paciência e deixar espaço pra que a criança explore suas descobertas.
Método blw: engasgo e segurança
Sem dúvidas, essa é uma das perguntas mais comuns quando se trata do método BLW. O que acontece com mais frequência é o chamado gag reflex – um reflexo comum quando as crianças ainda estão se habituando com os alimentos sólidos. Nesse caso, a criança não fica com a passagem de ar obstruída, ela apenas atrapalha, mas consegue rapidamente manejar o alimento e desengasgar.
De acordo com a especialista e autora do livro, não há riscos contanto que o bebê esteja sentado, ereto e consiga controlar o alimento com as mãos.
Mas, para evitar qualquer susto, os pais não devem tentar ajudar a criança a comer, segurando o alimento na boca. Caso a criança não consiga fazer isso sozinha, provavelmente ela ainda não está pronta para lidar com aquele item de forma segura. É importante respeitar o desenvolvimento individual e não forçar etapas, além de contar com a orientação de um nutricionista.
Por fim, vale saber da existência do método BLISS, conhecido como Baby-Led Introduction to Solids. Bastante parecido com o BLW, ele fornece recomendações adicionais, como: incluir um alimento fonte de ferro em todas as refeições do bebê e preparar os alimentos de forma a evitar engasgos, além de experimentar sempre a comida antes de ofertar ao bebê, para saber se é possível mastigar.
Encontre um nutri para acompanhar o seu bebê
Mas lembre-se que a introdução alimentar é uma fase importante e que exige atenção e dedicação. O mais indicado é contar com o acompanhamento de um nutri materno infanti. Encontre o melhor especialista na busca de profissionais no Dietbox.