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Memória alimentar afetiva: como fazer uma dieta sem perder a ternura

Quem não lembra daquele cheirinho de café passado com aquele bolinho na casa da vovó? E daquele feijão com aquele tempero especial delicioso feito pela mamãe?E a macarronada de domingo que reunia a família inteira?

Dentro das inúmeras e importantes funções do alimento ( manutenção e prevenção da saúde, aumento performance esportiva,  vida social, etc..) na vida das pessoas, uma dela vem entrando em extinção através dos tempos. A memória alimentar afetiva.

Quantas memórias,  emoções e sentimentos não são despertadas no momento em que nos alimentamos. Certamente as gerações dos nossos avós e pais possuem uma memória alimentar afetiva muito mais ampla que a nossa e caso as pessoas não resgatem os costumes alimentares tradicionais de família, muito provavelmente nossos filhos e netos nem saberão da existência desta relação entre homem/alimento.

Em dias onde se tem cada vez menos tempo para realizar as refeições,  menor frequência de refeição em família e da promoção de uma paranóia dietética produzida pela mídia, onde a cada momento é “inventada” uma dieta da moda cada vez mais restritiva (dieta da lua, do suco, da sopa, do chá) e cada vez com menos embasamento científico, o desafio do nutricionista em desenvolver uma plano alimentar que contemple todos as necessidades nutricionais do paciente e permita momentos de consumo de alimentos confortantes , é gigantesco.

Com a chegada dos softwares de nutrição e utilizando corretamente todas as ferramentas que eles nos proporcionam, é perfeitamente possível a elaboração de dietas extremamente específicas e eficientes, sem que se proíba algumas refeições que poderão fazer parte da memória afetiva do seu paciente para a vida inteira.

Segue algumas dicas para a inclusão de refeições confortantes:

– Pergunte ao seu paciente os hábitos e costumes alimentares em família e estimule a manutenção destes hábitos ;

– Investigue a vida social do paciente e combine com ele uma forma de manter ou adaptar a dieta nesses momentos de confraternizações ;

– Seja o nutricionista da opção e  não o nutricionista da proibição! Sugira opções alternativas aos desejos do seu paciente para conciliar a dieta dele com a da família.

– Programe regularmente refeições prazerosas,  como o prato preferido do paciente ou pergunte qual o cardápio daquele evento que ele gostaria de ir e determine as quantidades permitidas de cada alimento através da consulta do app, explicando que após o evento o cardápio daquela refeição retornará ao original da dieta.

 

Octavio Portugal

1 thought on “Memória alimentar afetiva: como fazer uma dieta sem perder a ternura”

  1. Parabéns pela postagem, muito coerente diante de tanto modismo difundido atualmente nas redes sociais e até por profissionais da área, tornando a “DIETA”, uma receita alheia às adequações ou consideração aos hábitos de vida e familiar.

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