Que a Nutrição possui diversas vertentes nós já sabemos. O cuidado com o paciente pode ser muito diferente dependendo do estado nutricional em que ele se encontra. Usualmente estamos mais familiarizados com a “dieta padrão”, mas conhecer outros tipos de condutas de terapia nutricional é super importante. No âmbito das dietas líquidas, temos uma breve hierarquia até chegarmos na dieta parenteral. Dieta líquida, dieta líquida restrita, dieta enteral e então, nutrição parenteral.
Quando a nutrição parenteral é indicada
A dieta parenteral, ou mais conhecida como Nutrição parenteral, é definida como solução estéril de nutrientes ofertada diretamente à corrente sanguínea por via intravenosa. Ela é indicada quando:
- a alimentação por via oral não é possível;
- quando o trato gastrointestinal do paciente não está funcionante, ou seja, está obstruído ou inacessível;
- quando a absorção de nutrientes é incompleta;
- e principalmente, quando estas condições estão relacionadas à desnutrição.
A nutrição parenteral também pode ser classificada em periférica ou total. A periférica caracteriza-se por ser indicada para períodos curtos (7 a 10 dias) e normalmente são inseridas em veias de menor calibre (geralmente mão e antebraço), porém, em geral não atinge todas as necessidades nutricionais do paciente por ter concentrações de nutrientes mais baixas. Já a total é indicada para longos períodos (acima de 10 dias), a inserção é feita em veias de maior calibre (subclávia, jugular ou femoral por exemplo), além de permitir altas concentrações de nutrientes administrados, fornecendo o alcance das necessidades nutricionais do paciente. Sua desvantagem em relação à periférica é um maior risco de infecções e complicações.
Ela também pode ser contínua, quando administrada em bomba de infusão durante 24h, ou intermitente, onde a infusão ocorre de 6 a 12h, comumente utilizada em domicílio. Sua composição consiste em glicose, aminoácidos, emulsões lipídicas, além de eletrólitos, vitaminas e oligoelementos. A composição destes micronutrientes deve ser ajustada ao balanço hidroeletrolítico e quadro clínico de forma individualizada a cada paciente.
Possíveis complicações
Dentre as complicações relacionadas à terapia nutricional parenteral, elas podem ser separadas em:
- Mecânicas (relacionadas ao cateter): pneumotórax, trombose venosa, embolismo gasoso, oclusão do cateter;
- Metabólicas: desidratação (devido à diurese osmótica), síndrome da realimentação,hipercalemia/hipocalcemia, hiponatremia/hipernatremia, hiperglicemia/hipoglicemia;
- Infecciosas (as principais complicações): contaminação da solução, infecção de bolsa subcutânea, infecção primária de corrente sanguínea;
- Alterações gastrointestinais: colestase, atrofia das vilosidades intestinais, alterações hepáticas.
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