Um dos motivos que mais leva pais a procurar o consultório de nutrição materno infantil é a recusa alimentar. Preocupados com possíveis consequências no crescimento e desenvolvimento das crianças e ao esgotarem todas as tentativas de fazer a criança comer mães e pais se voltam as nutricionistas na busca de estratégias e ferramentas que possam resolver esse problema.
Mas, para que possamos ser efetivas no tratamento da recusa alimentar precisamos entender qual é o tipo de recusa alimentar que aquela criança está manifestando. Geralmente quatro tipos específicos se destacam, são eles: indisciplina alimentar, seletividade alimentar, preferência por alimentos líquidos, pastosos e lácteos e a neofobia alimentar. Vamos a fundo sobre cada um deles.
A indisciplina alimentar é caracterizada pela falta de horário fixo para comer, onde a criança não tem uma rotina bem estabelecida e as refeições são frequentemente substituídas por lanches e beliscos ao longo do dia.
Em casos de seletividade alimentar a criança pode se recusar a comer legumes, verduras, frutas e/ou carnes. Nesses casos a criança só consome um limitado número de alimentos da sua preferência que sempre são do mesmo tipo ou consistência, e em alguns casos até experimenta novos alimentos, mas se recusa a incorporar esses alimentos na sua rotina.
Existe também os casos em que as crianças se recusam a comer alimentos sólidos, preferindo os líquidos, pastosos e lácteos. É o caso daquelas crianças que muitas das vezes substituem o prato de comida pela mamadeira de leite, daquelas que por algum evento de engasgo ou vômito tem medo de ingerir alimentos sólidos ou porque a criança prefere alimentos que tenham uma consistência macia que não exija a mastigação.
Quando se trata de neofobia alimentar a criança se recusa a experimentar alimentos que ela ainda não conhece. Essa queixa leva a uma dieta restrita, monótona e deficiente em nutrientes.
É importante identificar qual o tipo de recusa que a criança está apresentando para que o tratamento seja efetivo uma vez que cada um desses tipos de recusa precisa de uma atenção especial e de um tipo de tratamento diferenciado. Vale lembrar que crianças não devem ser tratadas como “adultos em miniatura”, isso significa que a dinâmica do consultório deve ser diferenciada e ter a estrutura para que a criança entenda o propósito do seu tratamento.
Dra Camila Oliveira / Nutricionista
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