A atenção dietética e a segurança alimentar visando resultados positivos deve ser a principal preocupação do nutricionista, mas é preciso prestar muita atenção a fatores individuais de cada paciente. Seja para perda ou ganho de peso, complementação nutricional após cirurgias, tratamentos oncológicos ou em relação a doenças como a diabetes, é necessário trabalhar com a interpretação e compreensão de diversos fatores – biológicos, culturais e sociais – para tomadas de decisão que possibilitem uma melhor qualidade de vida. Por isso, há pelo menos 6 coisas que o nutricionista precisa saber para tomar decisões assertivas.
Todas as informações sobre o paciente são de fundamental importância
Isso mesmo, um bom nutricionista precisa ter uma visão global do seu paciente, por isso ele deve colher as mais variadas informações. A alimentação faz parte do dia a dia do indivíduo desde a hora do nascimento, e se transforma em uma verdadeira história de hábitos, manias, dados culturais, regionais e familiares.
Ao conseguir “ler” essa história, o nutricionista conseguirá fazer um plano alimentar de forma satisfatória tanto a nível orgânico – de resultados físicos – quanto a nível psicológico, procurando incluir elementos com os quais ele tenha mais afinidade. Dessa forma, para conseguir a melhor dieta, você precisa:
1. Ter todos os exames clínicos
Eles são fundamentais para avaliação das necessidades e carências nutricionais do paciente, dos excessos que precisam ser cortados, dos níveis vitamínicos e proteicos, do grau de eficiência do sistema imunológico e de possíveis alergias alimentares.
Os exames devem abranger a avaliação antropométrica com índice de massa corporal (IMC), pregas cutâneas, razão cintura-quadril (RCQ), peso atual e usual. Já da avaliação bioquímica, devem constar eletrólitos, indicadores de estado de hidratação, de anemia e de micronutrientes. No exame físico nutricional devem ser avaliadas unhas, cabelos, tegumento, cavidade oral (boca, gengiva, lábios, língua), olhos, reserva muscular e adiposa global.
2. Conhecer o histórico completo
Saber a respeito das doenças pregressas pode ser fundamental para a compreensão da reação do organismo diante de determinados fatores, assim como o histórico familiar: se há predisposição genética ao sobrepeso ou obesidade, casos de intolerância alimentar na família, doenças gastrointestinais etc. É interessante saber também de quais remédios o paciente já fez ou faz uso contínuo.
3. Investigar o histórico alimentar e outros hábitos
Investigue se ele já fez dieta anteriormente, qual a razão e o período de duração da dieta, alimentos mais agradáveis ao paladar, quais os que não suporta, ocorrência frequente de álcool, tabagismo ou qualquer outra droga e a presença de transtornos alimentares. É interessante saber também qual a frequência com que costuma se alimentar normalmente (3, 4, 6 vezes por dia?), os horários, se tem o hábito de beber durante as refeições, se costuma beliscar entre elas etc. E ainda, o recordatório alimentar de 24 horas e história ponderal.
4. Perguntar sobre os fatores ambientais
É importante o nutricionista saber também o ambiente em que o paciente vive, no que ele trabalha, se há determinantes de estresse, como é o ambiente familiar, se há condições de elaboração caseira de receitas e até a disponibilidade econômica do paciente no momento para a escolha dos produtos que comporão o plano alimentar.
5. Entender a educação nutricional prévia
Como foi a educação nutricional do paciente? Além de seus hábitos alimentares – que podem ser determinados por fatores econômicos, profissionais ou comportamentais – o que ele sabe sobre nutrição? Qual a noção que ele tem sobre a composição dos alimentos e os efeitos das substâncias no organismo? É preciso ter este grau de compreensão a respeito do paciente para que o plano alimentar seja transmitido da forma mais direta e acessível possível, de forma que ele compreenda a necessidade de seguir a dieta para alcançar os objetivos desejados.
6. Alinhar os objetivos
Vocês estão de acordo em relação aos objetivos? O paciente apresenta metas realistas? É comum haver discrepância em relação às metas, o que pode causar desânimo e até desistência da dieta quando os resultados são mais lentos ou não são os esperados. É preciso que paciente e nutricionista tenham suas metas bem definidas e alinhadas.
De acordo com estes dados, será possível desenvolver um plano alimentar individualizado, com tomadas de decisões assertivas e cujos dados deverão ser monitorados e reavaliados de acordo com o cumprimento dos objetivos. Assim será possível estabelecer uma relação de confiança e cumplicidade com o paciente, ajudando-o a recuperar a autoestima e a qualidade de vida.
E então, ainda ficou alguma dúvida sobre o assunto? Quer saber mais a respeito? Deixe aqui a sua sugestão e nós a desenvolveremos no próximo post!
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