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A importância do diário alimentar no tratamento do paciente

O planejamento do cardápio para um paciente é reconhecidamente parte do processo de reeducação alimentar, seja para manutenção, seja para perda ou ganho de peso, tratar alguma patologia ou incorporar hábitos alimentares saudáveis na vida da pessoa.

A avaliação do consumo alimentar na prática clínica do nutricionista é realizada para fornecer informações detalhadas sobre como o paciente se alimenta no dia a dia.

Quanto mais informações um nutricionista tem sobre o paciente, melhor ele poderá orientá-lo. Esse é apenas um dos pontos importantes para uma montagem de um diário alimentar completo.

A estrutura pode ser diferenciada e muito variada. Por isso, se você ainda tem dúvidas sobre a real importância do diário alimentar no tratamento do paciente ou quer entender a melhor maneira de orientar o seu paciente nesse processo, acompanhe o artigo!

Como é feito o registro da alimentação do paciente?

diário ou registro alimentar serve para dar as informações mais fidedignas possíveis. Pense em uma situação na qual o nutricionista solicita o relato da alimentação do paciente nos três últimos dias. Certamente, ele não se lembrará com detalhes, não é?

O diário alimentar, tanto de dois quanto de mais dias, consegue analisar os detalhes dos hábitos alimentares, como padrão quanto ao número, ao tipo e à composição das refeições, as preferências e as aversões alimentares, o apetite, a cultura familiar e a situação financeira.

Avaliação individual

Os hábitos alimentares estão intimamente relacionados aos aspectos culturais, antropológicos, socioeconômicos e psicológicos que envolvem os ambientes nos quais as pessoas vivem.

Por isso, durante a investigação, o nutricionista solicitará outras informações: quem define o cardápio, quem faz as compras, quem cozinha, qual a disponibilidade dos alimentos na região em que a pessoa mora, quais as possibilidades de armazenamento, qual a compreensão sobre os processos de higienização, dentre outras informações.

Por isso, em uma primeira consulta, a nutricionista pode pedir que ele apenas descreva o que comeu no dia anterior. No entanto, durante a conversa, é comum verificar que as pessoas superestimam ou subestimam o que comem, não se lembram da frequência em que beberam água, nem como o alimento foi preparado, e assim por diante.

Quais são os métodos utilizados?

Existem três métodos mais utilizados de inquérito alimentar para avaliação de consumo: diário ou registro alimentar, recordatório 24 horas e questionário de frequência alimentar. Entenda as diferenças:

Diário ou registro alimentar

Os alimentos são anotados no momento em que a pessoa está consumindo. É vantajoso por não depender da memória do paciente, quantifica as porções, detalha o preparo e os horários. Pode ser de dois ou mais dias, dependendo da solicitação do nutricionista. É um bom método, pois alerta ao paciente o que ele está comendo, além de aumentar o engajamento, principalmente de homens, e a adesão à solicitação.

Recordatório 24 horas

Esse método é muito prático e de fácil aplicação: anota-se tudo no dia da consulta. Assim, o paciente não corre o risco de alterar a alimentação porque sabe que vai fazer as anotações. A técnica pode ser utilizada em qualquer faixa etária e até mesmo para analfabetos, e o custo é praticamente zero. O aplicante deve ser bem treinado para não induzir respostas do paciente.

Desvantagens: depende da memória do entrevistado, pode ser feito em um dia atípico (domingo, por exemplo) e não estima o consumo habitual.

Questionário de frequência alimentar (QFA)

É uma estimativa do consumo habitual do paciente. Não anota medidas aproximadas, mas dá valor à frequência com que o alimento é ingerido. Por exemplo, o paciente pode comer maçã todos os dias e a carne vermelha uma vez na semana. Por englobar maior espaço de tempo, elimina as variações diárias. É prático, rápido e de baixo custo, mas não verifica o dia a dia.

Quais são as vantagens do diário alimentar para o paciente?

Controle da ansiedade

É comum lidar com fatores como ansiedade ou desejo por alimentos específicos. Sabendo que seus pacientes podem lidar com momentos de “fragilidade”, o registro diário poderá ajudar a melhor auxiliá-los com o controle dessas ocasiões.

Ao reler as informações, superando todos os desejos, eles poderão tomar essa superação como motivação para se manter em busca de seus objetivos, mantendo sua rotina saudável.

Avaliação de fome excessiva

Fomes inexplicáveis ou até mesmo vontade de comer, mesmo após realizar refeições, são sintomas que podem ser registrados em um diário alimentar.

Nesse sentido, é importantíssimo que você, como nutricionista, saiba como o paciente está se sentindo com o cardápio proposto. Notando alguns sintomas, você poderá melhor adequar a próxima proposta, possibilitando melhor controle das porções a serem ingeridas.

Ajuda para superar dificuldades

Fazer dietas ou adotar um novo estilo de alimentação não é uma tarefa fácil para todos, e esse ponto leva muitos pacientes a abandonarem tratamentos. É interessante que um nutricionista não se posicione apenas como profissional, mas se disponha a auxiliar os pacientes em suas dificuldades.

O diário alimentar deve permitir que eles registrem fragilidades ou momentos de desconforto durante a dieta, assim, o nutricionista poderá conhecer sobre as dificuldades que desafiam seus pacientes.

Associação com tratamentos paralelos

O acompanhamento com nutricionista pode ser associado a outros profissionais, e o diário alimentar pode facilitar o compartilhamento de informações com outros médicos.

A alimentação deve estar associada à saúde, por isso as informações diárias podem ser interessantes para a tomada de decisões em tratamentos paralelos.

Como o diário alimentar pode facilitar o seu trabalho?

Dinamismo na consulta

O tempo gasto nas consultas pode ser reduzido, favorecendo não só o seu rendimento, mas objetivando a conversa com os pacientes. Deve-se abordar tópicos pertinentes a objetivos individuais. Se você concluiu sua formação recentemente, o software poderá auxiliar no controle de tempo e na organização de rotina.

Fácil adaptação à ficha digital

O diário alimentar é favorável também para a atualização de informações de pacientes em um software. As ferramentas digitais otimizam o seu tempo de trabalho e, se os pacientes levarem o seu diário alimentar à consulta, os seus dados podem apenas ser registrados em um software.

Assim, alguns pontos em destaque do diário alimentar poderão ser retomados em consultas seguintes, favorecendo o tratamento.

Investimento na profissão

Inovar e se destacar na carreira profissional requer investimento e adequação às inovações tecnológicas, por isso, não meça esforços em investir nas redes sociais e em um software de apoio.

Como seguir com esse trabalho em dupla?

Olhando sob uma perspectiva ampla, o diário alimentar tem um papel decisivo na dieta e não foca somente na quantificação de nutrientes. É importante investigar a realidade do paciente e inserir novos hábitos baseados nela, melhorando sua adesão.

Todos os métodos são úteis para avaliar o padrão de consumo alimentar e o importante é o nutricionista prestar apoio e compreender quando o paciente esquece de anotar ou simplesmente não adere. Ao paciente, cabe a determinação em seguir a orientação para que o tratamento seja o mais completo e eficaz possível.

Gostou do post? Veja aqui como o nutricionista pode incentivar o paciente a aderir melhor ao tratamento e realizar o registro alimentar!