O corpo humano possui líquidos corporais distribuídos entre compartimentos que ficam dentro e fora da célula e sabe-se que é importante manter um volume e a temperatura relativamente constante, bem como a concentração ideal de solutos dentro deles, para que o organismo fique em homeostase.
A homeostasia é uma condição de equilíbrio ou estabilidade mantida, dentre outros fatores, pela ingestão de água, cuja necessidade pode variar de pessoa para pessoa. O tipo de atividade física, tempo de exercício, intensidade, tipo de roupa utilizada durante o treino ou a temperatura ambiente, influenciam diretamente na quantidade de água que um indivíduo deve ingerir para manter o equilíbrio.
Termorregulação
Somos seres homeotermos, ou seja, somos capazes de manter a temperatura corporal sempre a mesma, variando de 36,1ºC a 37,8°C durante um dia inteiro. Essa variação depende de fatores ambientais e de atividade física, refletindo a quantas anda a produção e a perda de calor. O importante é que o corpo não esquente ou esfrie demais, acionando um sistema chamado termorregulação.
O que causa aumento do calor corporal?
Exercícios físicos geram um estresse metabólico, que levam ao aumento da produção de calor. Embora pareça “normal”, a temperatura corporal não pode se elevar para mais de 37° e nem se estender por muito tempo, pois essa condição compromete as funções orgânicas que funcionam bem entre 35,9 e 36,9 °C.
Por que é importante regular a temperatura corporal durante a prática de esporte?
Cem por cento (100%) da energia que geramos durante um exercício é transformada em calor – a energia térmica. Ela eleva a temperatura corporal e necessita ser dissipada, para evitar o superaquecimento.
Quando a temperatura ambiente é mais baixa que nossa temperatura central, perdemos calor do corpo para o ambiente. Se, ao contrário, a temperatura ambiente estiver maior do que a corporal, ganhamos calor do ambiente. Em ambos os casos, o sistema termorregulatório é acionado para que estabilize a temperatura na faixa ideal.
Mecanismos termorregulatórios
A liberação de calor mais eficiente que temos é a evaporação do suor, ou seja, não basta suar, é necessário evaporar o suor. Em ambientes com a taxa de umidade mais alta, é mais difícil a dissipação do calor e, consequentemente, a redução da temperatura do corpo. Possuímos outros métodos para perda de calor, mas que não influenciam tanto durante a prática de esportes: condução (troca de calor entre a pele e uma camiseta, por exemplo); convecção (troca de calor gerada pelo movimento de um gás ou líquido próximo ao corpo); e irradiação (perda de calor para o ambiente através dos raios solares).
Os mecanismos termorregulatórios envolvem uma série de processos responsáveis por manter a homeostasia. Quem detecta se a temperatura interna está acima do normal é o hipotálamo através do sangue que corre sobre ele. Essa estrutura logo responde e desencadeia a vasodilatação, desviando mais sangue para a pele e estimulando as glândulas sudoríparas a produzirem mais suor. Uma das condições da homeostase é manter o volume e a concentração de solutos constante, ou seja, eles são modificados quando suamos. A partir desse momento, a hidratação torna-se fundamental.
Importância da hidratação
Sem hidratação durante o aumento da temperatura corporal, o volume plasmático e a concentração de solutos tendem a cair – mas o corpo não vai permitir. Nesse caso, a consequência é a diminuição do desempenho físico que, se não estabilizada, pode culminar em colapso, exaustão, insolação ou até mesmo o óbito.
A reposição hídrica e eletrolítica beneficia a termorregulação, favorecendo o fluxo sanguíneo periférico (próximo à pele) e a transferência de calor. Nos exercícios de longa duração, água, eletrólitos e estoques de glicogênio diminuem constantemente e, se não houver reposição, podem ocorrer sintomas de hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo), hipoglicemia (redução da glicose sanguínea), hiponatremia (nível de sódio baixo), hipertermia (temperatura corporal elevada) e desidratação. Mas atenção: a reposição hidroeletrolítica deve ser feita nas dosagens corretas, pois ambos os extremos (desidratação e hiper-hidratação) produzem sintomas semelhantes que declinarão o desempenho físico ou situações mais graves.
Acompanhamento profissional
Se você pratica esportes que exijam muito do seu corpo metabolicamente, tenha o acompanhamento de um preparador físico, pois ele é o profissional capaz de detectar os sintomas dessas condições, sejam em estado inicial ou avançado. Evite as tentativas de “ultrapassar os limites” sem uma planilha de treinamento eficaz. Dias de treino exigem que você carregue repositores hídricos para manter a homeostasia. Se exercite e se cuide!
Qual é o esporte que você pratica? Conte mais sobre seus treinos! Deixe um comentário.
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