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Como realizar a avaliação antropométrica da maneira correta

Analisar o estado nutricional do seu paciente é uma tarefa complexa que depende de diversos parâmetros. No entanto, esse é o primeiro passo para um bom diagnóstico e para encontrar a melhor intervenção para cada caso. Com isso em mente, descubra agora o que é e como fazer uma avaliação antropométrica de qualidade. 

O que é a avaliação antropométrica? 

É o conjunto de medidas primárias (peso, altura, dobras cutâneas e circunferências) e medidas secundárias, como índice de massa corpórea, peso ideal e soma de dobras cutâneas. Essas dimensões servem como um método de investigação do estado nutricional, além de ajudar a avaliar o risco de doenças crônicas como as cardíacas, ou, obesidade. 

Quais os benefícios de fazê-la? 

A avaliação antropométrica é uma ação de controle. Ou seja, necessita um olhar atento para a situação nutricional da pessoa a fim de fazer diagnósticos precoces e evitar o desenvolvimento de problemas de saúde. 

As medidas mensuradas são utilizadas para escolher as melhores estratégias para o plano alimentar, e desenvolver ações de promoção e assistência à saúde. Isso se aplica quando o atendimento é a apenas um indivíduo ou a um conjunto de pessoas, como quando é feita em escolas. 

De qual maneira deve ser feita a avaliação antropométrica? 

As dimensões devem ser comparadas às tabelas de classificação, mas a condição nutricional de seu paciente é o conjunto de todas elas. Por isso é muito importante que o nutricionista avalie e confronte todos os parâmetros antes de dar um diagnóstico ou propor um plano de tratamento. Veja a seguir como fazer algumas dessas aferições. 

Peso

É a soma de todas as células presentes no corpo, o que inclui os tecidos de sustentação, órgãos, água e músculos. A aferição do peso deve acontecer em uma balança devidamente calibrada e, se possível, por um avaliador treinado. 

O ideal é que a pessoa seja pesada pela manhã, em jejum, com o mínimo de roupa possível e com a bexiga vazia. O paciente tem que ficar estático em pé ou deitado. 

Altura

Em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo e coluna ereta; os olhos em um ponto fixo e cabeça a 90º do chão; calcanhares e joelhos com ponto de contato entre eles e os glúteos encostados na parede ou no antropômetro. Esta é a posição ideal para medir a altura. 

A parte móvel do equipamento deve ser fixada contra a cabeça do paciente e conseguir comprimir o cabelo deste. A leitura do resultado deve ser realizada sem soltar a parte móvel do aparelho. 

Índice de massa corpórea (IMC)

Consiste em uma relação em que o peso é dividido pela altura ao quadrado. Uma conta simples e de fácil realização que correlaciona o volume corporal total, contudo não verifica a distribuição dessa massa pelo organismo e não distingue sua composição. 

Ou seja, imagine duas pessoas com o IMC aumentado com relação à tabela, mas uma delas possui esse volume gordura a mais e é classificada como obesa. Por outro lado, a outra pessoa é fisiculturista e essa quantidade maior é de massa muscular. Logo, não apresenta obesidade. 

Medidas de circunferência

Feitas com uma fita métrica, essas medidas analisam a presença e a distribuição de gordura corporal. São mensuradas na cintura e abdômen, pescoço, tórax, quadril, braços, antebraços, punhos, coxa e panturrilha. 

É importante realizar ao menos duas aferições e marcar sempre o local com um lápis demográfico. Não deixe o dedo entre a pele e a fita. Evite medir após atividade física e tente fazer a pressão ideal na fita para que não haja erros. 

Lembre-se que a medida da circunferência da cintura é feita 2 dedos acima do umbigo (normalmente no ponto mais fino) e que a do abdômen é feita sobre a região da cicatriz umbilical. 

Dobras cutâneas

Mensuradas através de um aparelho denominado adipômetro, ou, plicômetro, dão ideia da composição corporal do paciente. Devem ser aferidas pelo menos 3 vezes não consecutivas, sempre por profissionais capacitados para isso.  

As medidas das dobras cutâneas baseiam-se no fato de que aproximadamente metade do conteúdo corporal total da gordura localiza-se nos tecidos adiposos existentes diretamente debaixo da pele. Essa gordura localizada está diretamente relacionada com a gordura total. 

Existem aproximadamente 93 locais anatômicos onde a medida de uma dobra cutânea pode ser realizada. Porém utilizar tantas medidas é inviável e demorado, e, por isso utilizam-se de dois a nove locais de medidas na maior parte das equações. 

As dobras cutâneas que aparecem com maior frequência na literatura e que atendem às necessidades da grande maioria das equações preditivas de gordura corporal são: tríceps (TR), subescapular (SB), bíceps (BI), axilar média (AM), torácica ou peitoral (TX), supra-ilíaca (SI), supra-espinal (SS), coxa (CX) e panturrilha medial (PM). 

Bioimpedância

Alguns profissionais podem optar por não utilizar as dobras cutâneas para avaliar a composição corporal, e sim a bioimpedância. Ela é mais um método de avaliação que irá auxiliar a estimar massa magra, gordura corporal e água corporal total, por exemplo. A bioimpedância consiste na passagem de uma corrente elétrica pelo organismo. Essa corrente percorre facilmente pela água e, por isso, tecidos muito hidratados, como os músculos, deixam a corrente passar rapidamente. Já a gordura e os ossos possuem pouca água e, dessa forma, a corrente tem maior dificuldade para passar. 

Para realizar o exame, é necessário que o paciente esteja em jejum de 4h de alimentos e bebidas (incluindo água), não tenha praticado atividades físicas nas últimas 24h, tenha urinado antes (para ficar com a “bexiga vazia”) e retire seus adornos metálicos. Vale lembrar que, por isso, é contraindicado em pessoas que utilizam marcapasso.  

Avaliação antropométrica online

Com a permissão do CFN para os atendimentos online muitos nutricionistas começaram a atender por esta modalidade. Nesse cenário pode ficar um pouco mais difícil do profissional entender a composição corporal deste paciente, e por isso, é importante orientá-lo para que ele afira as suas próprias medidas em casa. As mais comumente solicitadas são a circunferência abdominal, cintura e quadril. Para avaliar a circunferência abdominal, oriente ao paciente que ele passe a fita no ponto da sua cicatriz umbilical, sem apertar muito. Já a cintura pode ser aferida dois dedos acima, ou, no ponto “mais fino”. O quadril deve ser medido com os pés bem unidos, e passar a fita no ponto mais largo. Além disso, solicitar fotos para o paciente nas posições de frente, de lado e de costas podem ajudar a fazer um comparativo bacana. 

avaliação antropométrica

Quais os principais protocolos para avaliação antropométrica?

O protocolo a ser escolhido pelo nutricionista pode variar muito, isso porque existem diferentes protocolos para cada faixa etária e grupo de pessoas em que foram baseados. Por isso, as opções são amplas. O mais comum para pessoas adultas é o protocolo de 7 dobras de Pollock, mas, pode variar de acordo com o que o profissional prefere trabalhar. Já para adolescentes ou idosos existem outros protocolos, com diferentes dobras avaliadas.  

Avaliação antropométrica infantil

A avaliação antropométrica em crianças é diferente da avaliação feita em adultos, isso porque são outros parâmetros a serem avaliados. As principais medidas de acompanhamento são: peso, altura, perímetro cefálico e braquial. Esses dados serão sempre avaliados conforme a sua idade, a partir dos seguintes índices: 

1) Peso/Idade: essa relação entre o peso da criança e sua idade são importantes para uma identificação precoce de casos de desnutrição ou obesidade, ou riscos para ambos. 

2) Estatura/Idade: a mensuração da estatura da criança é importante para o acompanhamento do crescimento considerado dentro dos padrões da normalidade; 

3) Peso/Estatura: a relação entre o peso e a estatura da criança é utilizada e recomendada pela Organização Mundial da Saúde para detectar sobrepeso, além de ser utilizado para detectar precocemente perdas de peso que indiquem a desnutrição aguda, ou o risco da mesma. 

Veja como fazer a antropometria completa com ajuda do Dietbox

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