Alguns pacientes – adultos ou crianças – devem seguir uma alimentação excluída de certos alimentos que possam lhe causar reações alérgicas, intolerâncias digestivas e que, em casos mais graves, podem levar ao óbito. Estamos falando das alergias e intolerâncias alimentares ocasionadas por alimentos específicos. Existem diversos alimentos que podem causar essas condições, mas alguns são mais comuns por atingir um número maior de indivíduos e outros mais conhecidos por causar forte reação alérgica, podendo levar ao fechamento das vias respiratórias.
Alergias alimentares
Em uma explicação mais técnica, a alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a um ou mais tipos de alimentos. Pode ser uma reação imediata (de curto prazo) que ocorre logo após a ingestão do alimento, ou de longo prazo, podendo ocorrer algumas horas mais tarde. Os sintomas são alterações digestivas, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios, urticárias (coceiras com vermelhidão) ou quando mais intensa e grave, atinge as vias respiratórias (“edema de glote”), podendo causar a morte. Nesta condição, o socorro deve ser rápido e urgente, a fim de evitar as consequências graves.
A alergia normalmente é ocasionada pelo consumo de uma proteína que o sistema imunológico não tolera e reage contra. As reações alérgicas mais comuns são às proteínas dos seguintes alimentos:
- Amendoins e castanhas
- Leite de vaca
- Ovo
- Peixes e frutos do mar
- Soja
- Trigo
As alergias alimentares ocorrem com mais frequência em crianças até os 3 anos, mas pode se prolongar por mais anos. Após a infância, em alguns casos ela desaparece. Em outros, porém, permanecem pela vida toda.
A criança ou adulto que sofre de alergia alimentar, principalmente com reação grave, deve ficar atento a tudo o que envolve sua alimentação:
- Contaminação cruzada através do óleo de cozinha em que foi preparado o alimento, por exemplo;
- Utensílios de cozinha;
- Materiais (giz, balão de festa, luvas cirúrgicas) que possam conter a proteína ou derivados proteicos do leite, por exemplo;
- Alimentos industrializados que não declaram ou não são claros quanto à presença do ingrediente alergênico (agora é lei!);
- Refeições nos restaurantes. Não fique acanhado, pergunte a algum responsável pelo estacionamento se foi utilizado o alimento alergênico.
Intolerância à lactose
Diferente da alergia, a intolerância alimentar não é causada por uma proteína e se concentra em sintomas gastrointestinais, como produção excessiva de gases, dores abdominais, distensão, diarreia ou constipação. A mais comum de todas é a intolerância à lactose, o açúcar (carboidrato) presente no leite de vaca.
Algumas pessoas são incapazes ou param de produzir a enzima lactase em determinada fase da vida. Esse é o motivo pelo qual muitas pessoas tomavam leite de vaca com frequência na infância e adolescência, e depois na vida adulta tiveram que parar. Outros indivíduos já nascem sem conseguir produzir essa enzima.
A intolerância à lactose pode variar em grau e intensidade, mas em comum a maioria das pessoas deve reduzir ou cessar o consumo de leite de vaca ou alimentos-fonte.
Como conviver da melhor forma possível com alergia ou intolerância alimentar?
Em ambos os casos a restrição dos alimentos desencadeadores é o tratamento principal. No entanto, essa questão pode se tornar um dilema na vida de crianças e adultos. A boa notícia é que não é necessário ser assim!
O nutricionista é o profissional mais indicado para ajudar a variar a alimentação, proporcionando à criança e ao adulto o prazer de conhecer os sabores de novos alimentos, em diferentes preparações. Por exemplo, uma pessoa que não pode comer trigo poderá sentir falta do pãozinho quente pela manhã, mas já existe no mercado excelentes opções de farinha para substituir na receita do pão. Assim como diversos produtos que não contêm lactose, e outros que sinalizam adequadamente a existência ou não do alergênico e que você pode comer tranquilamente.
Variar os alimentos para manter o equilíbrio no consumo de nutrientes é essencial para indivíduos que necessitam fazer restrições alimentares. Procure um bom nutricionista que certamente lhe auxiliará da melhor maneira possível.
Você possui alguma restrição alimentar? Como lida com isso? Conte para nós!
Fontes consultadas:
Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008.
Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.
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