O gasto energético é a parte do trabalho do nutricionista que define a conduta profissional que tomaremos para determinado paciente. Calcular esses gastos de forma errada pode fazer com que o paciente demore mais para atingir seus objetivos, e isso ainda pode levar a uma desmotivação da redução e fazer com que o paciente não volte ao consultório.
É possível realizar os gastos energéticos a mão, mas utilizar uma ferramenta que dê precisão e que mostre alternativas para esse cálculo pode fazer toda a diferença na hora de decidir a conduta e elaborar o plano para o paciente.
Principais fórmulas de gasto energético:
Existem diversas fórmulas que podem ser utilizadas para esse cálculo. Algumas delas são simples e podem ser feitas a mão, enquanto outras exigem cálculos extremamente complexos. A escolha da melhor fórmula depende de cada profissional e de cada paciente, mas aqui irei listar as fórmulas mais utilizadas e suas peculiaridades. Antes de começarmos é importante ressaltar que nem todas as fórmulas servem para todos os públicos, de paciente, e podem ter modificações de acordo com sexo e idade.
Harris Benedict
Fórmula criada em 1919 e reformulada em 1984 para maior precisão. Utiliza o peso, altura, idade e sexo do paciente para o cálculo. Não leva em consideração a composição corporal do paciente, e por isso pode dar um resultado pouco fidedigno em casos extremos. Mede a taxa metabólica basal do paciente e deve ser posteriormente multiplicada pelo fator atividade para que tenhamos o gasto energético total.
FAO/OMS
Essa fórmula utiliza apenas o peso, idade e sexo do paciente como base de cálculo. Pode ser utilizado também para o cálculo de gastos energéticos de bebês. Existem duas versões dessa fórmula, de 1985 e 2001. Assim como a anterior, mede a taxa metabólica basal do paciente e deve ser posteriormente multiplicada pelo fator atividade para que tenhamos o gasto energético total.
IOM (EER)
Criada em 2005, essa fórmula também utiliza peso, altura, idade e sexo para seus cálculos. Pode ser utilizada para crianças e adultos. Essa fórmula, diferente das outras, não mede a taxa metabólica basal do paciente, ela calcula direto o gasto energético total, pois o fator atividade está embutido na fórmula original.
Cunningham
Criada em 1991, essa fórmula é indicada para pacientes com percentual de gordura baixo, e por isso é amplamente utilizada para atletas. Ela utiliza o peso e massa magra como parâmetros para o cálculo, e não se modifica de acordo com o sexo do paciente.
Schofield: Utilizada especificamente para crianças e adolescentes. Foi idealizada em 1985. Nos dá o resultado da taxa metabólica basal, e deve ser multiplicada pelo fator atividade para que obtenhamos o gasto energético total. Utiliza sexo, idade e peso para conseguir gerar um resultado.
Todos esses protocolos nos dão um resultado em kcal para que possamos formular o plano alimentar para o paciente da melhor forma possível, para manutenção de peso. Caso queiramos que o paciente perca ou ganhe peso, é necessário ainda fazer um outro cálculo em cima do resultado do gasto energético total, e isso também possui mais de uma maneira de ser feito, conforme descrito abaixo.
VENTA
É um cálculo de calorias que devem ser restringidas/adicionadas ao GET para perda ou ganho de peso, utilizando o método VENTA (Valor Energético do Tecido Adiposo) levando em conta 7700kcal/kg a serem ganhos ou perdidos divididos por 30 (dias em um mês).
Cálculo por regra de bolso
Conhecido por ser um cálculo simples, leva em conta somente o peso do paciente (não precisa de uma das fórmulas descritas acima para ser realizado). Para perda de peso se utiliza 20 a 25 kcal por quilo de peso do paciente (exemplo: Paciente de 50 kg o cálculo será 20×50=1000 kcal) ou 30 a 35 kcal por quilo de peso do paciente quando se deseja ganhar peso.
O cálculo do gasto energético do paciente é um processo que pode levar tempo, e por isso devemos utilizar as ferramentas disponíveis que fazem isso para nós. É sempre necessário certificar-se de que a ferramenta que você está utilizando é fidedigna, para não ter problemas na hora de prescrever o plano alimentar de seu paciente.
O Dietbox possui todos esses protocolos e opções para que você consiga inclusive comparar os dados e formular a melhor estratégia para cada paciente.
Veja como é fácil montar o plano alimentar usando o Dietbox:
Luiza Ferracini Cunha
Nutricionista – CRN2 12980
Mestra em Ciências da Saúde – UFCSPA

Achei muito legal esse blog explicando sobre as peculiaridades de cada protocolo, mas eu notei que não estão todos os protocolos que são ofertados no software, poderias falar sobre o Katch-McArdle (1996)?
Olá Jazmin, tudo bem?
A fórmula de Katch-McArdle utiliza a massa magra do paciente como referência, e por isso só deve ser utilizada quando esse dado for preciso.Ela dá o gasto energético basal, e para se conseguir o gasto energético total é necessário multiplicar pelo fator atividade 🙂
Atenciosamente,
Luiza Ferracini – Nutricionista do Dietbox
No meu aplicativo não aparece a fórmula de Cunningham :/
Oi Caroline, tudo bem?
Para ter acesso à formula de Cunningham você deve selecionar a opção “atleta”, acima da descrição dos gastos energéticos do paciente 🙂 Lembrando que essa fórmula só está disponível para adultos.
Abraços!
Bom dia… eu e minha equipe estamos na dúvida de qual peso utilizar para o cálculo do GEB na equação de Harris Benedict quando o paciente for obeso (Peso atual ou Peso Ajustado). Vocês poderia nos dar uma ajuda?