O consumo alimentar na abordagem da Nutrição Comportamental leva em consideração o comportamento alimentar humano, refletindo as interações entre o estado fisiológico, o psicológico e o ambiente externo no qual vivemos. A educação nutricional bem como a prescrição dietética e nutricional não são capazes de provocar mudanças por si só.
Para ser um agente de mudança e realizar um tratamento efetivo, o nutricionista além de ser um provedor de informações deve ser um conhecedor das ferramentas comportamentais e teorias baseadas em estratégias de mudança. Pesquisas apontam que muitos consumidores estão cansados de ouvir o que devem comer. “É preciso mudar a mensagem e explicar “como” e por que”.
A sociedade atual vive a mentalidade de dieta, porém deve-se considerar também que uma série de fatores determina as escolhas alimentares, criando hábitos e comportamentos. A nutrição comportamental tem como objetivo mudar essa relação, fazendo com que as pessoas sintam prazer (e não culpa) em comer.
O que compreende a Nutrição Comportamental?
Esse método considera os aspectos emocionais, fisiológicos e sociais da alimentação. A mudança do comportamento alimentar envolve estratégias de aconselhamento nutricional, técnicas do comer intuitivo, terapia cognitivo-comportamental, entrevista motivacional e táticas para comer com atenção plena.
A nutrição comportamental não é um novo tipo de nutrição, mas ela defende um olhar verdadeiramente biopsicossocial para a alimentação – a divulgação e o ensino de técnicas e modelos que ajudam a trabalhar essa abordagem de forma científica, visando à mudança de comportamento alimentar.
Perguntar ao paciente suas principais dificuldades, as experiências e o quão preparado ele está para mudar sua relação com a comida são boas formas de começar a entender como o paciente lida com o alimento, as emoções e as diversas situações do dia a dia.
Premissas da Nutrição Comportamental
- Ser inclusiva, ou seja, qualquer profissional (independentemente de sua “filosofia” de trabalho atual, formação e área de atuação) pode encontrar novidades e subsídios para a sua prática em nutrição.
- Ampliar o modo de atuação do nutricionista, com o uso de estratégias, abordagens e técnicas que não são aprendidas na graduação – nem mesmo nos cursos de especialização existentes no país.
- Acreditar que todos os alimentos podem ter espaço em uma alimentação saudável, respeitadas as questões de quantidades e frequência; e também que a discussão deve ser sempre contextualizada na história do individuo, levando em conta a forma de orientá-lo para uma vida mais saudável, contemplando os aspectos fisiológicos, culturais, sociais e emocionais da alimentação.
- Manter a abordagem biopsicossocial e defender uma comunicação e orientação nutricional que não se baseia em uma “dieta”, que peso não é um comportamento e, portanto, não deve ser o foco de um tratamento ou aconselhamento nutricional (pode ser uma consequência); que saúde depende de comportamentos saudáveis e não apenas de um determinado peso; e que pessoas de diferentes tamanhos podem ser saudáveis.
A proposta da Nutrição Comportamental é que ela possa ser praticada de maneira mais holística, humana, inclusiva; que o ser humano seja sempre mais importante que o corpo humano, que nossa atuação como nutricionistas ajude as pessoas a serem verdadeiramente mais saudáveis não só do ponto de vista biológico, mas também social, emocional e cultural.
Referências Bibliográficas
Nutrição Comportamental, 2ª edição revisada e atualizada, 2019, Editora Manole Ltda.
Marle Alvarenga
Manoela Figueiredo
Fernanda Timerman
Cynthia Antonaccio
Nutricionista Adriana David
CRN: 33693
Instagram: @adrianadavid_nutri
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