Todos aqui concordam comigo que na nutrição tudo é contexto e pra definirmos qual, quando e onde usar determinado tipo de alimento precisamos analisar com calma cada aspecto que o mesmo envolve. Para tal resolvi elencar algumas características que contemplam cada farinha como: aspectos nutricionais, quantidade energética, informações sobre macronutrientes. Para assim definirmos em que situações elas podem ser melhor aproveitadas.
Vamos falar hoje sobre as mais comuns trazidas pelos nossos pacientes: Farinha de trigo, Farinha de trigo Integral, Farinha de Amêndoas, Farinha de Tapioca, Farinha de Arroz, Farinha de Coco, Farinha de Arroz Integral e Farinha de Aveia. Nutricionalmente falando elas se diferenciam bastante.
- Farinha de trigo: muito utilizada nos processos de panificação. É rica em carboidratos e muito rica em glúten, sendo de maneira lógica algo a ser evitado por populações ou em intervenções que não é interessante o consumo em excesso de tais elementos. Ainda é pobre em fibras e proteínas, o que nunca é interessante do ponto de vista alimentício.
- Farinha de trigo Integral: na hora da preparação como bem sabemos não tem a mesma textura macia da farinha branca porém confere muito mais valor nutricional ao alimento por manter mais fibra e consequentemente mais micronutrientes como o selênio.
- Farinha de Amêndoas: apresenta uma composição nutricional muito interessante pra quem está por exemplo em dietas com baixo teor de carboidratos como pessoas portadoras de diabetes tipo 2 por exemplo, uma vez que ela é pobre neste macronutriente. É rica em gorduras poli e monoinsaturadas prevenindo doenças cardiovasculares e promove saciedade por ser rica em fibras e gorduras boas.
- Farinha de Coco: é muito parecida em termos nutricionais com a de amêndoas também não contendo glúten e tendo uma boa quantidade de fibras, porém é preciso prestar atenção pois o consumo excessivo de gorduras pode ser prejudicial.
- Farinha de Tapioca: é uma das menos Calóricas e muitos atribuem prejuízos ao seu índice glicêmico, porém é preciso considerar que você nunca irá consumir ela sozinha e sim com por exemplo ovo e queijo o que irá mexer na carga glicêmica da refeição em si tornando sim a farinha de tapioca uma boa opção também.
- Aveia: é naturalmente livre de glúten porem no processo de fabricação da farinha pode haver contaminação cruzada devendo ser evitada ou que seja procurada aveia livre de contaminação cruzada no caso de quem não possa consumir o glúten.
- Farinha de arroz: possui uma característica bem interessante pra preparação pela sua maciez e ser livre de glúten (sendo uma boa alternativa a de trigo), e ainda a de arroz integral possui como característica mais fibras e vitamina do complexo B.
No quesito informações nutricionais usei nosso querido Dietbox pra nos ajudar a entender um pouco melhor.
Se partirmos da tradicional restrição energética em si as farinhas com menores teores energéticos são: farinha de tapioca, farinha de arroz e farinha de aveia, até mesmo porque possivelmente usaremos menores quantidades na hora da preparação do que as com maiores quantidades energéticas como a farinha de amêndoas e a de coco que devido a sua maior quantidade de gordura (lembram: regrinha básica 1g = 9 kcal) acabam tendo maior quantidade calórica que as demais.
Porém, se o individuo estiver em uma dieta com maior contenção de carboidratos ou uma dieta onde o índice e carga glicêmica sejam muito mais relevantes que o valor calórico total da dieta as farinhas de coco e de amêndoas serão mais interessantes. Viram como tudo é contexto e vai depender disso? Não existe um melhor ou um pior na nutrição, tudo é circunstancial.
Fabrício Degrandis
Crn 9410p
Formado em nutrição e educação física
Especialista na área de nutrição esportiva
Especialista na área De saúde no envelhecimento
Mestrando em nutrição
Instagram: @nutrifabriciodegrandis
*O texto é de inteira responsabilidade do(a) autor(a) e não reflete a opinião da empresa. O blog é aberto caso outro(a) profissional queira escrever um contraponto.