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Obesidade infantil: causas, riscos e tratamento nutricional

Close up de um donut de chocolate mordido nas mãos de uma criança representando a obesidade infantil

Já se sabe que o aumento da obesidade vem ocorrendo no mundo inteiro, porém, estudos recentes feitos com crianças trazem números alarmantes. Falando especificamente do Brasil, em cada três crianças, uma está acima do seu peso ideal, segundo dados do IBGE. A preocupação com esse transtorno alimentar tão cedo na vida remete a doenças que podem acompanhar a criança na vida adulta, como o diabetes, o colesterol alto e a hipertensão, além das doenças sociais como a depressão.

O que é obesidade infantil? Quais são os riscos e consequências?

Antes de mais nada, é bom definirmos: a obesidade é um distúrbio que se caracteriza pelo excesso de peso e pode ter origem em diversos fatores, como um comportamento alimentar inadequado, genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, entre outros. Ou seja, o acúmulo de calorias e a falta de gasto energético são os grandes pontos que contribuem para esse tipo de quadro de saúde, mas existem outros agravantes.

E a obesidade infantil é a classificação para esse excesso de peso em crianças de até 12 anos. É necessário muita atenção e cuidado às causas e consequências da obesidade infantil.

Conforme você acabou de ler, a obesidade acomete uma parte enorme da população mundial. Um terço das crianças brasileiras estão acima do peso e isso é preocupante, pois um quadro avançado de obesidade enquanto se é tão jovem pode gerar possíveis complicações futuras. São diversos os problemas da obesidade infantil, desde problemas no desenvolvimento do corpo até malefícios ao bem-estar e à autoestima.

Como prevenir a obesidade infantil?

A primeira etapa com relação aos cuidados é identificar se há obesidade. Para isso, existem fórmulas e tabelas que permitem calcular o Índice de Massa Corpórea, assim como se faz para adultos. Quando se trata de crianças, a diferença está na intervenção da idade dos pequenos nos resultados.

IMC = peso (kg) / altura (m)²

Exemplo: IMC = 60 / 1.42 x 1.42 ( menino de 10 anos)

60 / 2,0164 = 29,75

Após fazer a conta, vamos aos resultados:

Entre as idades              Garotas         Garotas            Garotos            Garotos
                                    Sobrepeso     Obesidade       Sobrepeso       Obesidade
9                                     19,2                 21,8                 18,8                 21,5
10                                   20,2                 23,2                 19,6                 22,6
11                                   21,2                 24,6                 20,3                 23,7
12                                   22,2                 25,9                 21,1                 24,9
13                                   23,1                 27,1                 21,9                 25,9
14                                   23,9                 28,0                 22,8                 26,9
15                                   24,3                 28,5                 23,6                 27,7
16                                   24,7                 29,1                 24,4                 28,5
17                                   25,2                 29,7                 25,2                 29,3
18                                   25,6                 30,2                 25,9                  30,0

Fonte: Organização Mundial de Saúde 1995

No caso do exemplo acima, a criança estaria obesa mórbida e, assim, a partir desta soma rápida, é possível procurar um especialista e determinar a nova rotina da criança, para que ela chegue ao peso ideal e se mantenha nele.

Principais causas da obesidade infantil e na adolescência

criança tentando alcançar morango em bancada na cozinha representando as causas e consequências da obesidade infantil

É importante entender que, da mesma forma que a obesidade pode afetar a saúde dos adultos, ela também pode ser prejudicial para as crianças. O que torna a obesidade infantil preocupante é que estar exposto ao excesso de gordura por um longo período pode causar problemas de saúde graves desde cedo, encurtando a vida da pessoa.

As crianças estão em uma fase de crescimento, e a obesidade nesse período pode influenciar negativamente o desenvolvimento dos ossos, músculos e articulações, atrapalhando a formação adequada do esqueleto.

Os riscos da obesidade na infância, tanto a curto quanto a longo prazo, são diversos:

  • Obesidade grave quando se tornarem adultos.
  • Problemas respiratórios, como asma e apneia do sono.
  • Questões ortopédicas, como dores na coluna e nos joelhos.
  • Desconforto nas articulações.
  • Problemas no fígado devido ao acúmulo de gordura.
  • Níveis elevados de colesterol.
  • Risco maior de desenvolver diabetes.
  • Pressão arterial alta.
  • Complicações metabólicas.
  • Ocorrência de acne.
  • Irritações na pele, como assaduras e dermatites.
  • Episódios de enxaqueca.

Além disso, é importante lembrar que a obesidade na infância também pode ter impactos sociais e emocionais. Ela pode desencadear problemas mentais, como depressão, e dificuldades de relacionamento, incluindo situações de bullying. Também há riscos de distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia, e a autoestima das crianças pode ser afetada, levando a sentimentos de isolamento e solidão.

E quais são os sintomas de obesidade infantil? São alguns, desde o acúmulo de acne e dores de cabeça frequentes até problemas nas articulações e fadiga excessiva. E todos possuem seus agentes causadores, tais como:

Fatores genéticos

Muito se fala em fator genético por conta do gene FTO (ou “o gene da obesidade”) por estar relacionado diretamente à massa gorda em jovens e adultos. Por isso, conforme aponta um estudo publicado da Universidade Federal de Goiás, quando já há histórico de obesidade na família, é possível que isso seja repassado para os filhos.

Fatores hormonais

Alterações hormonais constantes podem desencadear uma propensão à obesidade. Excesso ou falta de insulina, do hormônio do crescimento e do cortisol podem ser peças-chave para um desequilíbrio químico, o que pode levar a picos emocionais e mudanças de comportamento.

Por isso, é tão importante um trabalho multidisciplinar do nutricionista com médicos especialistas nesse segmento. 

Transtornos como ansiedade e/ou depressão

A alimentação está fundamentalmente ligada à saudabilidade. No entanto, situações de estresse acumulado e quadros psicológicos instáveis, podem acabar servindo como válvula de escape para problemas externos. O fato de que a comida serve de conforto emocional pode ser um gatilho para o desenvolvimento de uma compulsão, o que pode culminar em um quadro de obesidade.

Falta de atividade física

O exercício físico atua no combate imediato ao acúmulo de peso, mas vai além disso. A nutrição, a hidratação e os bons hábitos são fundamentais para um organismo mais saudável, mas o gasto calórico é também indispensável para que as reservas de gordura sejam gastas, eliminando o peso excessivo. É por isso que o sedentarismo aparece como uma das principais causas da obesidade infantil.

Excesso de exposição às telas

Passar muito tempo na presença de telas (celular, televisão, computador, tablets e etc) ocupa um tempo em que a criança poderia estar ativa, tanto exercitando o cérebro quanto exercitando o próprio corpo. O abuso de aparelhos eletrônicos está ligado ao comportamento sedentário, presente também no público infantil.

Sono inadequado e falta de repouso

O repouso é ideal para a recuperação muscular, crescimento corporal e ajuste do metabolismo. Tudo isso trabalha em conjunto para o melhor funcionamento possível de um organismo, no entanto, quando o corpo está privado de descanso, ele acaba falhando em outros aspectos. Isso pode culminar em compensação alimentar, o que pode levar aos distúrbios alimentares.

Aliás, um estudo da Universidade de Harvard destaca a relação entre o sono, o relógio circadiano e o acúmulo de gordura abdominal em crianças. 

Má alimentação

Uma boa alimentação é um dos pilares para uma vida mais saudável cognitiva e fisicamente. Por mais que um isso possa parecer óbvio, é preciso alertar para o consumo de alimentos ultraprocessados, principalmente quando falamos das crianças, que têm necessidades específicas para um desenvolvimento adequado. Também há a questão da seletividade alimentar, um problema bem presente quando se fala em comer bem na infância. 

Além do pediatra, vale uma visita ao nutricionista infantil para receber melhores orientações. Afinal de contas, é melhor corrigir possíveis erros desde as suas raízes, não é mesmo? E no Dietbox você tem a melhor ferramenta de pesquisa profissional para os seus filhos. Além de uma plataforma onde você conta com atendimento por vídeo chamadas, você também tem acesso aos planos alimentares e a conteúdos de apoio. 

Antes de querer mudar hábitos, é importante conscientizá-los dos riscos e consequências que a obesidade tem. A conscientização da obesidade infantil é o primeiro passo para que os seus filhos trabalhem junto de você com o mesmo objetivo, que é a busca de um estilo de vida saudável. 

Isso é um assunto tão importante que no dia 03/06 é celebrado o Dia da conscientização contra a obesidade mórbida infantil, alertando aos perigos que essa condição representa. E essa educação deve ser pensada a longo prazo, pois os riscos para a saúde da obesidade juvenil possuem as mesmas consequências e os mesmos radicais. 

Tratando da saúde dos pequenos

criança pegando pedaço de donut em cima de um papel toalha em uma mesa com revistas e um milkshake, representando a obesidade infantil

É preciso compreender que, com o passar dos tempos, a rotina das crianças mudou, assim como a dos adultos. Com a vida mais corrida, especialmente nos grandes centros, muitos alegam não ter tempo para manter uma alimentação saudável nem para si, nem para os filhos. Além disso, ainda é mais fácil encontrar redes de fast food, comidas industrializadas em grande quantidade, refrigerantes e congelados, o que dificulta a manutenção da saúde.

Outros fatores predominantes são os casos genéticos, de já haver histórico da doença na família, um fator bem mais alarmante, que pode resultar em cuidados prévios. Mas como reverter este quadro tão comum e voltar a ter uma vida saudável?

Como reverter os casos de obesidade infantil

É preciso uma mudança no estilo de vida. A alimentação terá que envolver todos os grupos de alimentos sugeridos para a manutenção da saúde, a diminuição do consumo de açucares e gorduras, além do aumento da prática de exercícios físicos condizentes com as condições infantis. Para que esse tratamento seja iniciado e seguido de forma regular e correta, é preciso consultar um especialista que indique o melhor caminho a ser seguido, como um pediatra, um endocrinologista, um nutrólogo ou um nutricionista.

É importante que os pais estimulem hábitos saudáveis nas crianças desde cedo para que elas cresçam cientes da importância de cuidar da saúde hoje para se manter sadio no futuro. É preciso prevenir e cuidar para que a criança possa crescer saudável e sem problemas que possam segui-la para a vida adulta.

Dicas práticas para o combate da obesidade infantil 

A seguir, algumas dicas importantes para combater a obesidade infantil e promover um estilo de vida saudável para as crianças:

  • Alimentação Balanceada: ofereça uma variedade de alimentos nutritivos, como frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura. Evite alimentos processados ricos em açúcares e gorduras saturadas.
  • Porções Adequadas: Ensine as crianças a reconhecerem quando estão saciadas e a comer porções apropriadas para sua idade e tamanho. Evite estimular o hábito de “limpar o prato”.
  • Evitar Fast-Food e Lanches Não Saudáveis: Reduza a frequência de refeições em restaurantes de fast-food e limite o consumo de salgadinhos, doces e refrigerantes.
  • Hidratação: Incentive o consumo regular de água ao invés de bebidas açucaradas. Evite sucos industrializados, que são ricos em açúcares.
  • Atividade Física: Encoraje a prática regular de atividades físicas adequadas à idade, como brincadeiras ao ar livre, esportes e caminhadas em família.
  • Limite de Tempo de Tela: Estabeleça um limite diário para o tempo gasto em dispositivos eletrônicos, como TV, computador e smartphones. Incentive as crianças a serem mais ativas.
  • Modelo a Ser Seguido: Seja um exemplo positivo ao adotar hábitos saudáveis você mesmo. As crianças tendem a imitar os comportamentos dos adultos.
  • Envolvimento Familiar: Inclua toda a família na adoção de um estilo de vida saudável, tornando-o um esforço conjunto.
  • Refeições em Família: Tente ter refeições em família sempre que possível. Isso promove uma conexão emocional e permite que você monitore os hábitos alimentares das crianças.
  • Educação Nutricional: Ensine às crianças sobre a importância de escolhas alimentares saudáveis e os benefícios de nutrientes específicos.
  • Incentivo Positivo: Elogie e recompense as crianças por seus esforços em adotar um estilo de vida saudável, em vez de usar comida como recompensa.
  • Consulta Médica: Mantenha consultas regulares com um pediatra para monitorar o crescimento e desenvolvimento da criança, discutindo questões de peso e saúde.
  • Planejamento de refeições: Planeje refeições saudáveis e lanches com antecedência para evitar opções rápidas e não saudáveis quando a fome apertar.
  • Respeito ao Corpo: Ensine as crianças a aceitarem e respeitarem seus corpos, promovendo uma autoimagem positiva.

No Dietbox, você encontra nutricionistas de todas as especialidades, incluindo o atendimento infantil. E nada melhor nessa jornada do que contar com a ajuda de um profissional altamente capacitado e que ajude a conquistar resultados de verdade.

Conclusão

Estar com sobrepeso em qualquer idade é um sinal de alerta; mas, quando há uma criança acima do peso, é necessário redobrar os cuidados, pois as consequências podem permanecer durante o resto da vida de uma pessoa. Faz parte das principais pautas do Ministério da Saúde o combate à obesidade infantil e isso deve começar em casa, mas com o auxílio dos profissionais da saúde, como um nutricionista especializado, tudo fica mais fácil!

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Sobre o autor

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