No meu texto anterior no blog, dei um panorama geral da doença renal crônica e suas complicações pelo aumento do fósforo no sangue, com a orientação de evitar consumo de alimentos ultra processados.
Falando agora sobre a redução de ingestão proteica no tratamento conservador, uma das alternativas terapêuticas é o manejo dietético utilizando a Cetodieta (não confundir com dieta cetogênica).
A redução na ingestão de proteína visa evitar acúmulo excessivo de ureia e creatinina no sangue. Isso porque o rim não consegue eliminar pela urina. Sendo comum o estado de acidose metabólica (uremia) e a perda acentuada de massa muscular (catabolismo), a restrição proteica mais rígida precisa, necessariamente, ser suplementada.
Cetodieta e doença renal crônica
CETODIETA: oferta restrita de proteína (dieta hipoprotéica – 0,3 a 0,4g/kg/dia) suplementada com uma mistura de aminoácidos contendo cetoácidos ou cetoanálogos (aminoácidos sem o grupo amina). O uso destes compostos tendem a melhorar os sintomas urêmicos, as alterações metabólicas, corrigir a proteinúria, ao mesmo tempo que promove manutenção de estado nutricional adequado. Por já possuir um conteúdo de cálcio, contribui para aporte deste mineral, mas se deve atentar para evitar quadros de hipercalcemia.
O nutricionista, além de planejar o cardápio e acompanhar a ingestão alimentar desse paciente, poderá solicitar exames de sangue e de urina de 24 horas com dosagem de ureia para cálculo do aparecimento de nitrogênio urinário. Além disso, fazer a estimativa da ingestão proteica do paciente, para avaliar o estado metabólico (anabolismo, catabolismo ou balanço neutro). E se ele está conseguindo seguir o planejado.
No paciente renal em tratamento dialítico, a ingestão proteica é maior que no tratamento conservador e visa repor as perdas proteicas e de aminoácidos no dialisato (solução de diálise). Assim, prevenindo a perda progressiva de massa, força e/ou função dos músculos (sarcopenia). Se o paciente não se alimenta bem, associado a um quadro de hipocloridria ou disbiose, o aporte de aminoácidos essenciais por via suplementar deve ser considerado.
Tatiana Martins Aniteli
CRN-3: 22.758
Doutora em Nefrologia pela FMUSP
Nutricionista clínica e esportiva
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Curso EAD: http://www.cetodieta.com.br
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