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A insegurança alimentar no contexto pandêmico do COVID-19

Em meio a pandemia da covid-19, o Brasil vive um pico epidêmico da fome, onde 19 milhões de brasileiros enfrentam a fome no seu dia-a-dia. Esse número corresponde à população da grande São Paulo. Os dados são do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. 

A fome significa vontade e necessidade de comer, escassez de alimentos básicos, que provoca carestia e miséria generalizada, apetite ou desejo ardente por algo, sendo um fenômeno complexo da agenda pública mundial de alimentação e nutrição. Seu significado pode ser expresso ou reconhecido por diferentes maneiras, podendo ser individual ou coletivo, endêmico ou epidêmico, parcial (oculto) ou total.

O contexto da pandemia e as recomendações de isolamento social no país, refletem as brutais desigualdades sociais, pois limita o acesso à renda e aos alimentos e escancara a insegurança alimentar e nutricional.

OS NÚMEROS SOBRE A FOME NO BRASIL SÃO ALARMANTES

A insegurança alimentar atinge cerca de 116,8 milhões de brasileiros, comparando a duas vezes a população da Argentina, sendo o nordeste e o norte as regiões mais afetadas pela fome.

No Brasil, a segurança alimentar e nutricional (SAN) é estabelecida pela lei orgânica de segurança alimentar e nutricional (LOSAN), que refere-se o direito de todos ao acesso regular e permanente ao alimento de qualidade, em quantidades suficientes, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Isso, tendo como base, práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.

A FOME NÃO ANDA SOZINHA

Ela vem acompanhada de muitas outras carências. Entre elas, a falta de água potável, que em 2020 atingiu em 40%  a população do nordeste. Aumentando, assim, a transmissão do vírus nos abastecimentos irregulares de água, em regiões mais pobres do país.

Com a pandemia, a crise financeira agravou-se, fazendo com que a insegurança alimentar atingisse os que não se encontram em condição de pobreza.

Com a interrupção das atividades educacionais, os estudantes se distanciaram da alimentação ofertada pelo PNAE (Programa nacional de alimentação escolar) e PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil), que são abrangentes politica públicas de combate a fome e as garantias da SAN (Segurança alimentar e nutricional) em creches, escolas e universidades. Muitas famílias que dependem do trabalho informal, não conseguem recursos para as necessidades básicas cotidianas, como o alimento, e a fome da população em situação de rua, são apartadas de condições dignas de vida.

A solução para erradicar a fome passa por políticas de geração de empregos e renda. A responsabilidade do combate a fome, recai sobre aqueles que a sentem, é urgente construir possibilidades da experiência sentir e viver com fome, propondo ações que combata essa temática.

A pandemia aumenta as desigualdades sociais já existentes, comprometendo ainda mais a garantia humana à alimentação adequada (DHAA).

Nutricionista: Anny Schiper

CRN:327788

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*O texto é de inteira responsabilidade do(a) autor(a) e não reflete a opinião da empresa. O blog é aberto caso outro(a) profissional queira escrever um contraponto.

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